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Cap. 1 - Começando a minha história


Acordei cedo como de costume, pois se tinha uma coisa que eu odiava fazer era dormir, dormia porque não tinha jeito, mas sempre achei uma perca de tempo passar horas do dia dormindo. Sempre fui uma pessoa noturna e adorava fazer a noite durar por isso eu esticava até onde desse. Mesmo com a vida corrida, ficar acordada até tarde nunca foi problema para mim pois era a noite que eu recarregava a bateria. Não sei explicar, só sei que a noite para mim era o auge do dia.

As pessoas sempre perguntavam como eu conseguia levantar tão cedo, trabalhar, estudar e ainda assim manter uma vida social tão agitada. Sempre estavam me questionando sobre a minha energia, ou fazendo alguma piadinha:

_ Ysa, você não cansa não, menina? Ysa, você usa droga? Ysa à noite parece que surta!

No trabalho, na faculdade ou com os amigos de balada sempre rolava uma piada e, claro, eu sempre respondia a altura, rsrsrs... Sempre acordava as 6hs, não importa se eu ia dormir as 10 ou as 3 da madrugada. Eu e a noite nos entendíamos muito bem, era o meu momento de pensar, refletir e, claro, dançar muito.

Nessa época eu trabalhava das 8 ao meio dia, como assessora da cantora Ana Carolina. Sim, essa mesmo que você pensou aí, a cantora mais linda e famosa da M.P.B. Nos conhecemos em uma Network, eu estava apresentando um projeto da faculdade e ela gostou e pediu para conversar comigo pois tinha ficado encantada com minha apresentação e no momento era o que ela precisava. Me ofereceu um ótimo salário, eu já era fã então não tive como recusar.

Desde então nos tornamos melhores amigas e nunca mais nos desgrudamos. Quando digo amiga estou falando de amiga de verdade, sem nenhum tipo de maldade ou superficialidades, talvez porque sejamos muito intensas. Ela faz aniversário dia 09/09, e eu 12/12, seria coincidência? Claro que não! Nascemos para sermos melhores amigas.

Era divertido trabalhar com a Ana e ela era completamente diferente da “Ana cantora” da televisão. A “Ana durona” que xingava todo mundo, falava palavrão e pegava geral” era, na verdade, o oposto disso. Ela era uma figura, mas totalmente introspectiva. Tudo aquilo que eu pensava ou esperava que ela fosse não passava de uma ilusão. Ela odiava aparecer, odiava ser o centro das atenções. Os holofotes para ela era a morte enquanto para mim era a vida. Logo eu, que sempre sonhei em ser modelo, atriz, dançarina, cantora, escritora e... deixa pra lá... Eu brincava:

_ Aninha, você é uma mentira.

Ela falava:

_ Não, eu sou uma artista.

Bem, nessa época eu aprendi mais uma coisa de grande valor: “Sempre existe algo por trás da aparência. Nunca julgue ninguém pela imagem ou pelo que falam dela.”

As pessoas as vezes falam o que não sabem. Com a convivência, aprendi muito sobre minha amiga. Sabia do que ela gostava e como ela gostava, e sabia que se tinha uma coisa que ela leva a sério é o trabalho, prazos e horários. Quem imaginaria que aquele mulherão que conta para os 4 ventos, que “comeu a Madona” é tão certinha?

Mas sim, essa é a Ana de verdade, a Ana que poucos tem a sorte de conhecer. Então nos dávamos super bem, sempre com muito carinho, respeito e zuação, é claro. Contávamos tudo uma pra outra, afinal eu não tinha família, morava sozinha desde os 17 anos, quando consegui o meu primeiro emprego.

Meus pais morreram em um acidente de carro quando que tinha 7 anos, era filha única e fui criada por minha “avó”, porém sofria maus tratos e na primeira oportunidade, fugí de casa. Não desejo a ninguém o que passei, e que me julguem... mas eu aprendi desde muito nova que família de verdade não é aquela que tem seu DNA, mas sim aquela que te escolhe, te acolhe, te ensina e te ama. Muitas pessoas tem sorte de combinar o DNA com amor e ter uma família feliz, mas eu tive que construir a minha, e sinceramente, acho que valeu a pena pois com a vida descobri que existem laços maiores que os de sangue, e na minha vida existem laços de alma.

Mais tarde eu iria descobrir que Ana era um desses laços, eu fui muito abençoada.

Sempre me disseram que eu era muito madura para a minha idade, talvez porque fui obrigada a crescer e me tornar uma adulta quando ainda deveria ser uma adolescente. Sempre andei com pessoas mais velhas, e mesmo na infância não tive amigos crianças. Ia para a escola, sim, mas minhas amigas, aos 7 anos de idade, eram minhas professoras e não meus coleguinhas. Enquanto todos estavam brincando no recreio, eu estava no colo das professoras conversando sobre a vida... Pasmem, mas era verdade. Elas me ouviam e as vezes até me pediam conselhos. Ninguém acredita, porque parece estranho, porém, mesmo criança, eu era muito observadora e intérprete: intérprete da vida. Eu sempre fui calada e esse silêncio me permitiu descobrir dons especiais.

Eu nasci aos 7 meses, e minha mãe sempre dizia que quando eu tive alta teve que me colocar dentro de uma caixinha de sapato para me levar para casa pois não conseguia me carregar e tinha medo que eu caísse de seus braços. Lembro-me dela contando que eu tive icterícia, e que todos os dias de manhã me levava na praia bem cedinho para tomar sol. Ela contava que tirava toda a minha roupinha e ficava olhando o mar comigo no colo, e de tanto fazer isso, um dia, um policial se aproximou e perguntou se ela estava pensando em me jogar no mar, rsrsrs, pois ela ficava olhando o mar com um recém-nascido no colo, e isso não parecia normal. Ele falou:

_ Se a senhora não quer a criança pode me dar, eu crio.

Minha mãe encheu ele de desaforo e explicou que eram ordens médicas me levar para tomar sol. Mesmo assim, ele estava lá no mesmo lugar todos os dias no mesmo horário. Ou ele gostou de minha mãe ou então não acreditou no que ela falou, vai saber... Ela contava que mesmo pequenininha eu era linda, rosadinha, olhos grandes e cheios de luz, e que em frente à praia tinha uma estação de trem, e todos os que passavam por ali aquele horário paravam para brincar comigo e ficavam mexendo nos meus pezinhos. Tinha alguns que ainda me levavam presentes, pois minha mãe passou 3 longos meses indo à mesma praia para me curar da icterícia, mas infelizmente ela chorava muito e ficava triste, porque todos da cidade, inclusive a vó dela que era rezadeira, falava que eu ia morrer e para ela não se apegar tanto. Ela continuou cuidando de mim e dando o seu melhor, e é por isso que hoje estou aqui para contar essa história e dizer que fui um milagre.

Apesar de ter perdido meus pais cedo demais eu lembro deles com perfeição. Lembro de cada aniversário, cada presente e cada história antes de dormir... Durou pouco, sim, mas durou tempo suficiente para me ensinarem a ser forte.

Foi difícil ter tudo e acordar sem nada na casa de estranhos que diziam ser meus “parentes”. Foi difícil não ter a atenção que eu estava acostumada, a não ter presentes no meu aniversário e nem no natal. Foi difícil me sentir tão só e isolada do mundo. Era difícil sentir saudade e saber que nunca mais eu os veria novamente. Foi difícil não ter mais café da manhã na cama e nem histórias antes de dormir. Foi difícil ir para a escola sem poder escolher meu lanche e meu tênis favorito. Era difícil subir em uma cadeira para lavar a louça quando as crianças dos vizinhos estavam brincando de pular corda. Foi difícil aprender a limpar uma casa quando eu ainda nem tinha aprendido a amarrar o tênis. Eu nunca podia ir pra rua, nem correr, nem brincar. Então aprendi a ler, e isso foi a coisa mais incrível que eu tinha conquistado pois agora eu era “livre”, e ser livre era tudo que meu espirito ansiava. Pela primeira vez eu estava feliz.

Eu não tinha brinquedos, bicicleta, vídeo game, internet, televisão e nem amigos, mas eu tinha livros. Isso era tudo o que eu pedia às pessoas. Minhas duas professoras me davam um livro por semana e eu ficava feliz como se tivesse ganhado uma Barbie, que era a febre das crianças na escola.

Eu desenvolvi o hábito de ler e viajar no tempo. Passava horas e horas lendo, e de madrugada acordava só para ler. Onde eu fosse e encontrasse alguém mais velho eu falava, “ ei, você pode me dar um livro?” E por mais impressionante que fosse, eu ganhava vários, adorava, principalmente os mais difíceis, porque tudo que era difícil era um desafio e desafios me provocavam, e eu só parava de ler quando conseguia solucionar todos os problemas e criava várias teorias.

Eu sempre lia histórias, mas odiava que alguém contasse o final e sempre pedia minha mãe para parar no meio do livro porque eu queria imaginar vários finais e tentar adivinhar qual seria o fim verdadeiro. E quando aprendi a ler, não perdi o hábito de fazer a mesma coisa e criar vários finais. Eu tinha vários cadernos onde escrevia e anotava as suposições das minhas histórias e isso me ajudou muito na escola, sempre fui a número 1 em interpretação, e adorava redação, mas nunca fui um gênio. Eu era péssima em matemática e ciências exatas, e ainda sou. Na verdade, nunca gostei, por isso nunca me esforcei o suficiente. Sempre fui assim, movida a paixão, só faço qualquer coisas se fizer sentido, tem que dar tesão, e matemática só me dava dor de cabeça. Sempre fui muito curiosa e queria saber o porquê de tudo, e o pior, quando alguém falava para eu não fazer algo, mas não explicava o motivo, aff, isso me matava, e claro, eu ia lá e fazia, só obedecia se me falassem o motivo. Sem o porquê, eu não podia viver, era quase um caso existencial, então eu tinha que por a prova. Em casa, eu ouvia:

_ Não pode andar descalça.

Eu perguntava:

_ Mas, por que?

E ouvia:

_ Porque não.

Então eu andava descalça para entender o porquê, e aí já sabem, né? Caía na vara, apanhava de mangueira. Na escola, a professora dizia:

_ Ysa, você não pode entrar no banheiro dos meninos.

_ Por que professora?

_ Porque eu tô dizendo não.

E o que qualquer criança “normal” faria? Obedeceria. Mas eu não. Eu ia lá e entrava. Só ouvia os meninos gritando, e a professora ligando lá em casa. Resultado? Surra. Se eu já apanhava sem motivos, imagina dando motivos?! Imaginou? Pois foi assim toda a minha infância e adolescência, vivia roxa e escondendo as pernas e costas, e o pior é que eu nunca fui uma criança do tipo pestinha. Eu era bem madura pra minha idade e cheia de responsabilidades, e dava conta, mas também não era uma criança doente, parada e robotizada, apenas gostava de saber o motivo, testar teorias e pensar sobre elas, ver o que dava certo ou não. Eu nunca acreditava em algo só porque alguém falava, eu tinha que ver, testar e encontrar as minhas respostas e era tida como louca pois, me lembro bem, nessa época eu falava muito sozinha.

Quando acabava minhas obrigações, eu trancava a porta do quarto, abria meus livros e ficava ali em discussão comigo mesma, fazendo de tudo para solucionar o caso. Gostava de revistas, livros policiais e de enigmas, e olha que eu fui ficando boa nisso, tão boa que ninguém mais me enganava. Na sala de aula, quando sumia alguma coisa, a professora ia direto para mim e perguntava:

_ Ysa, você viu quem pegou?

Eu sempre sabia, mas a vezes era um coleguinha que eu não queria entregar ao castigo, então falava que não, e a professora olhava pra mim e dizia:

_ Eu sei que você sabe, fale!

Eu me sentia tão mal, pois ainda que odiasse a injustiça não suportava ver uma pessoa que eu gostasse sofrer, então mentia dizendo não saber, e ela falava:

_ Vá para o castigo!

E eu respondia:

_ Ok, professora, prefiro ir para o castigo a ser dedo duro.Eu ficava de castigo e ainda apanhava quando chegava em casa, mas apesar de tudo isso nunca fui uma criança revoltada com a vida, nunca achei que era vítima e que precisava de um super-herói para me salvar. Eu me sentia prisioneira, mas vitima nunca, só queria crescer para sair daquela casa e me libertar, esse era meu único desejo. Teve um tempo que comecei a escrever muitas coisas, letras de música, poesias, e acho que isso me ajudou a não perder a fé pois eu não sabia explicar, mas eu tinha fé em alguma coisa e minha única certeza era que aquilo tudo não era para sempre, ia passar, e um dia eu ia ser quem quisesse ser, e nada e ninguém ia tirar isso de mim.

Antes do meu pai falecer ele me deu duas corujas, e eu as levei comigo quando fui morar com a minha avó. Elas me faziam bem. É como se, de alguma forma, eu conseguisse manter a presença viva de meus pais perto de mim. Eram corujas de verdade. Eu dava banho, carne picada para comer. Lembro dele me ensinando a encher a boca de água e soprar nelas. Eu achava o máximo, e eu cuidava delas como a minha vida, conversava com elas, eram minhas amigas. Com elas aprendi tanto, inclusive a ficar em vigilância. Talvez meu poder de observação viesse delas, sempre em silêncio absoluto e olhos bem abertos. Elas sempre sabiam quando alguém chegava perto do meu quarto e me avisavam, eu achava incrível. Elas eram especiais, eram o meu maior apego, o meu maior bem e a minha companhia nas noites. Eu nunca dormia, e se dormisse, era cochilo de 1 hora. À tarde, as vezes, eu dormia umas 2 horas e isso era suficiente para mim. Sempre fui muito energética, e eu sabia que parte disso vinha das minhas corujas. Elas me davam energia. Um dia olhei para elas e fiquei tão triste, porque elas estavam presas em uma gaiola, e a culpa era minha. Eu estava fazendo com elas a mesma coisa que faziam comigo, e não era certo manter um animal preso. Nesse dia eu entendi que se eu quisesse ser livre eu precisava deixar as pessoas e as coisas que eu amava livres também, ou estaria cometendo o mesmo erro de quem me maltratava. Então, com muita dor no coração, abri a janela do meu quarto e as soltei:

_ Anda, corujinhas, voem, vocês estão livres.

Esse momento marcou a minha vida, e até hoje, quando lembro do olhar delas, eu sei que elas entenderam o que eu estava sentindo pois a liberdade delas significava também a minha. Parece complexo para uma criança de 9 anos, mas foi assim que senti. Fui dormir aquele dia leve, e apesar da saudade e da vontade de possui-las eu sabia que não podia. Dormi com a certeza dentro de mim de que elas agora estavam livres, e com 9 anos de idade eu fiz uma profunda reflexão que me fez escrever:

“A maior prova de amor é aquela que nos liberta”.

Nesse dia eu dormi a noite inteira pela primeira vez em 2 anos, desde que meus pais se foram. E assim, a vida seguiu...

 

Sempre tirava os melhores aprendizados por onde eu passava. Eu não gostava muito de falar, mas sempre fui uma boa ouvinte, e isso me ajudou a crescer como ser humano. Em casa, as coisas continuaram iguais.

Fui criada por alguém que dizia ser minha família, mas eu não sentia isso. Para mim, eu morava com estranhos, os quais eu nunca conheci. Se isso era família, realmente eu não queria ter uma, mas apesar de tudo isso nunca levantei a minha voz para responder um adulto, sempre respeitei os mais velhos, não porque eu achava que eles merecessem, mas sim porque era tudo o que aprendi com meus pais e isso eu tinha como valores. Ainda assim continuei apanhando por tudo. Se quebrasse uma xicara, se tirasse nota baixa, se andasse descalça, se não tomasse banho no horário, se não limpasse a casa direito, se não fizesse o café bem feito, e, principalmente, se falasse a verdade.

Pra ser sincera esse era o maior motivo das surras, pois mesmo falando a verdade eu apanhava, e o pior, surra com castigo. Tudo isso porque a verdade era vista como uma afronta, e a pergunta era:

_ Como você tem coragem de falar na minha cara que fez isso? Sua afrontosa, ousada!

Então eu deveria mentir se quisesse escapar da surra? Sim! Porém eu não conseguia. Eu pensava: “se eu não levar a culpa, uma pessoa inocente vai levar, e isso não é justo.” Eu carregava comigo um senso de justiça muito grande.

Nessa época apareceu um anjo em minha vida, ou melhor, uma anja humana como eu e você. Ela, assim como eu, era apenas uma criança, mais velha apenas uns 6 anos, mas era uma criança. Ela foi “adotada” pela minha “família”, pois era órfã, os pais tinham falecido, assim como os meus. E assim como eu ela não estava ali para ser uma filha, mas uma escrava.

Sim, a época da escravidão já tinha passado, mas ainda assim era isso, estávamos ali para trabalhar de graça, sem nenhuma chance de remuneração e nosso único direito era ir à escola e ter um prato de comida. Ela foi minha primeira amiga. Nos ajudávamos e protegíamos uma a outra. Ela se chamava Gal e era uma boa amiga. Ela mentia as vezes para escapar das surras, mas eu não conseguia, e ela tentava me convencer dizendo que tínhamos que ser espertas se quiséssemos continuar vivas, porém eu não tinha medo, nem das surras e nem da morte, então por que mentiria?

Lembro-me de ouvir sempre minha mãe falar: “Mentir é ir contra quem você é. A mentira é sombra, e você é luz para iluminar a vida de outras pessoas.” Eu nunca entendi isso, mas era forte dentro de mim a certeza de que a verdade era sempre a melhor escolha, claro que já menti, mas nunca para justificar meus erros e a maioria das vezes foi para proteger alguém ou para comer novamente.

Porém, tudo que eu vivi na infância me fez querer ser melhor que aquilo tudo que me rodeava, me fez questionar cada vez mais a vida, a existência de Deus e a minha. Eu tinha muitas perguntas e uma sede de saber de onde vim e o que eu estava fazendo ali. Por que meus pais tiveram que me deixar sozinha em um mundo tão cruel? Por que eu não estava com eles, onde eles estavam, para onde a morte os levara? Será que eu poderia um dia vê-los novamente? Por que as pessoas que diziam ser minha família me odiavam tanto?” E foi em meio a tantas perguntas que um dia, enfim, eu encontrei a resposta

Um belo dia eu tive um sonho tão real, que eu nunca mais esqueci. No sonho, uma mulher e um homem apareceram em meu quarto. Os dois estavam de mãos dadas e me chamavam de Pequena Ysa.

Eu sentei na cama, mas não tive medo, cocei os olhos e perguntei:

_ Quem são vocês? o que estão fazendo aqui?

E eles falavam:

_ Você não queria respostas? Viemos trazer. Mas eu sei que você não gosta de respostas prontas, e não gosta de saber o final das histórias, por isso vamos levar você para fazer um passeio, e você tira suas próprias conclusões, pode ser assim?

Eu pulei da cama e disse:

_ Claro, mas eu tenho que voltar andes do amanhecer, ou vou ser castigada.

_ Ok, nós entendemos. Traremos você de volta!”.

Gal estava ao meu lado dormindo, mas nem se mexia. Me levantei na pontinha do pé. Coloquei um casaco e disse:

_ Vamos, estou pronta.”

_ Pequena, não precisa de casaco, basta nos dar as mãos.

Sentei na cama, mas não tive medo, cocei os olhos e perguntei:

_ Quem são vocês? o que estão fazendo aqui?

E eles falavam:

_ Você não queria respostas? Viemos trazer. Mas eu sei que você não gosta de respostas prontas, e não gosta de saber o final das histórias, por isso vamos te levar pra fazer um passeio, e você tira suas próprias conclusões, pode ser assim?

Pulei da cama e disse:

_ Claro, mas eu tenho que voltar andes do amanhecer, ou vou ser castigada.

_ Ok, nós entendemos. Traremos você de volta!.

Gal estava ao meu lado dormindo, mas nem se mexia. Me levantei na pontinha do pé, coloquei um casaco e disse:

_ Vamos, estou pronta.

_ Pequena, não precisa de casaco, basta nos dar as mãos.

Então, eles me pediram para fazer um exercício de olhos fechados e três respirações. Uma luz violeta muito forte apareceu, e de repente estávamos em outro lugar. Eu nunca tinha visto nada tão lindo, mas o que me marcou de verdade foi a sensação que eu sentia. Eu não sabia explicar em palavras o que era aquele sentimento, e a coisa mais próxima que já tinha experimentado na vida foi o colo da minha mãe.

Eles me levaram a lugares lindos. Tinha flores, cachoeiras, pedras preciosas, e depois me levaram a uma biblioteca enorme, e disseram:

_ É aqui que fica o livro mais sagrado e universal de todos os tempos. Nele você vai ter a resposta, mas só se conseguir ver o outro lado.

_ Como assim?

_ Toma, é esse aqui. Leia e faça anotações do seu ponto de vista. Se você conseguir entender e ver que toda história tem dois lados, então eu o darei de presente a você.

_ Oba!!!! Faz tempo que eu não ganho presente!

_ Sim, sabemos disso, e hoje é o seu aniversário de 12 anos. Hoje você renasce para você mesma. O conhecimento liberta. Fique o tempo que quiser, vamos dar uma volta. Quando quiser ir basta tocar esse alarme, ok?

_ Tá bom!

Eu fiquei horas e horas lendo o tal livro universal, e meus questionamentos só aumentavam. Quando notei já era manhã, então toquei o alarme. Eles me levaram pra casa e prometeram voltar e, quando eu acabasse o livro, eu poderia tê-lo só para mim. Mesmo sabendo que estava sonhando, eu já acordava com vontade que a noite chegasse logo pra que eles aparecessem em meu sonho e me levassem novamente àquela viagem.

Na noite seguinte eles voltaram e eu perguntei o nome deles. Eles sorriram e falaram:

_ Até que enfim, achamos que não iria perguntar.

Eu sorri e disse:

_ Desculpe, gente, é que não tenho tempo para futilidades. Você falaram

que eu tinha pouco tempo, então dei prioridade ao principal, afinal um nome é apenas um nome, não é?

Eles olharam para mim rindo e disseram:

_ Você está certa, mas cada nome tem um significado e uma missão no mundo, você sabia?

Eu cheia de curiosidade perguntei:

_ Sério? E o que significa?

Ela falou:

_ Acho que você prefere descobrir isso sozinha. Me dê as mãos, vamos, mas antes que eu me esqueça, meu nome é Meneguel, e ele é o Nono Anjo da tribo Celeste. Você já nos conhece, só não lembra, mas na hora certa vai saber tudo, só precisa desenvolver seus dons. Vou te levar novamente à biblioteca, já que gosta tanto de ler, e depois queremos ouvir tudo que você entendeu, e não esqueça que vamos te dar o livro quando acabar a leitura.

_ Oba! Expressei com alegria.

E novamente, olhos fechados, mais concentração e respiração harmônica e ‘PLIM-PLIM’, estávamos lá. Eu, muito encantada, saí correndo e tocando as flores. Conseguia sentir a leveza daquele lugar, parecia estar flutuando, mas não estava, e era uma felicidade tão grande estar ali que só podia mesmo ser sonho de tão inexplicável, tudo aquilo ia além de todas as palavras que eu conseguia proferir.

Mais leitura... E no grande livro eu encontrei histórias lindas, algumas trágicas e tristes, outras de sabedoria e fé, mas todas se tratavam de amor.

E foi lendo todos os dias este livro que eu conheci os mistérios do céu, da terra e do tão temido inferno. Foi lendo e explorando detalhes que mostrei minha própria teoria e precisava por à prova. Foi lendo o grande livro que eu conheci Deus, a criação universal e seus muitos filhos legítimos e ilegítimos, mas que Ele reconhecia e tratava com muito amor.

Conheci também homens e mulheres que tiveram uma fé inabalável e entraram para a história da humanidade como verdadeiras lendas... Parecia uma grande alucinação que todas aquelas histórias tivessem realmente acontecido, mas por algum motivo eu acreditava.

Era um sonho, mas ao mesmo tempo tão real que eu podia sentir a presença deles como sentiria você agora se me tocasse. Eu fui tocada por uma fé inabalável, e desejava ardentemente ser como aqueles heróis. Além dos heróis, vilões e grandes guerreiros, tinha várias tribos celestes compostas de anjos e mentores humanos.

Havia o Anjo Esplendor, que uma deusa egípcia se apaixonou perdidamente, mas esse anjo era celeste e o celeste mais lindo do céu. Deus o tinha criado com uma beleza rara e jamais vista antes. Mas ele se rebelou contra a tribo, pois não aceitava as regras, e por causa da paixão ele ficou obcecado, ciumento, autoritário e desrespeitou o céu, seu pai e seus irmãos.

Então o pai não teve outra opção a não ser expulsá-lo de casa. Mas o pai lhe deu um palácio lindo e lhe disse:

_ A partir de hoje você não pertence mais a tribo sagrada. Você vai descer e nunca mais poderá retornar. Quando você se arrepender, eu o perdoarei, mas nem assim poderá voltar a ser da tribo celeste. Busque a paz e os sentimentos harmônicos e será feliz. Mas se desenvolver o lado obscuro e cruel da humanidade, eu o deserdarei.

E foi assim que o anjo mais lindo do céu foi parar na “terra” ou “paraiso”, camada universal mais baixa antes dos 3 subsolos. Nas camadas inferiores também existe vida e seres enigmáticos e ainda desconhecidos, pois esse segredo não estava alí.

Depois, eu conheci o reino do mar, que também faz parte da tribo celeste, mas foi dada a seres de água e do primeiro subsolo. Eles cuidam do mar, protegem purificam e cuidam dos animais marinhos e de toda a vida do oceano.

Conheci também a cidade celeste, que é basicamente uma cidade espiritual onde acolhe todas as almas que desencarnam e precisam de ajuda, aceitação, cuidado, tratamentos e evolução para seguir em frente. É uma cidade grande como qualquer outra, com hospitais, mercado, farmácia, faculdades, restaurantes, praias, rios, lagos, flores, chuva, sol. Porém, é uma cidade perfeita de paz e harmonia com mediadores, observadores e trabalhadores cuidando todo o tempo. Não existe poluição nem no ar, nem no mar e nem na terra. Não existe maldade, nem crimes, nem morte. Não existe dinheiro, as pessoas trabalham e trocam seus serviços uns com os outros, favores dons e talentos. Lá não falta água e nem alimento, todos dividem igualmente, o com a justiça e igualdade reinando não tem como não haver abundância e prosperidade.

Aprendi também sobre os 3 céus, com certeza o mais lindo de todos:

1º reino: composto de mentores e anjos.

2º reino: composto de anjos.

3º reino: o grande nível, onde ninguém pode pisar, onde todo o segredo da criação e o grande mistério está guardado. Onde o soberano reina com os anjos e uma família celeste perfeita. Lá está concentrado todo o universo físico, quântico e espiritual. Todo o poder enigmático e toda a orquestra que rege o universo, lá está a mente divina que criou tudo e todos com o poder da co-criação. E foi estudando este grande livro que entendi que o Ser e o Poder inteligente que nos criou, nos dotou da sua essência e nos deu os mesmos poderes. Isso era claro e óbvio para mim. O que ainda não estava claro era “o que era esse ser supremo, todo poderoso, único e inexorável?” Eu não me contentava com palavras, elas não conseguiam defini-lo para mim. As pessoas na “terra” chamavam ele de “Deus”, outras de “Todo”, outras de “Energia”, outras de “Emanuel, Jesus” e lá se vão inúmeros nomes, haja nome!!! Eu era tão pequena diante da grandeza dessas descobertas, mas pensei: “Por que nós humanos complicamos tudo? Por que precisamos ver para crer? Por que queremos detalhes de uma aparência quando na verdade o que importa vai além dela?” E foi nesse momento que entendi tudo. A resposta estava dentro de mim. A resposta estava ali, o tempo todo, e eu estava julgando os humanos quando na verdade eu também sou humana”. Ups! Agora eu estava implantando uma crença limitante ao pensar que “nós humanos” somos menos e inferiores, nossa! Onde estava esse conhecimento? De onde estava vindo tantas respostas? Como era possível responder, se eu mesma estava questionando?

_ Ei, a dúvida é minha, como posso saber a resposta?

Nesse momento tive um conflito de 3 minutos, até entender que eu estava conectada à Mente Divina que Tudo É e Tudo Sabe. Pronto, simples assim, preciso dizer mais alguma coisa? E agora, toda vez que eu quisesse saber algo, tudo o que eu precisava era saber o básico – ou seja, ter um conhecimento prévio de como as coisas funcionam – ler, escrever, geometria, matemática, física ,química, ciências... tudo isso vai ser a base para você entender o fundamento das medidas, planos, paralelos, energia, simetria, matéria, etc...

_ Ah, entendi! Mas eu pensei que íamos à escola estudar as matérias somente para termos uma profissão... Mas então... Espera aí! Eles estão errados, pois se não tivermos outras fontes de conhecimento como vamos entender o plano espiritual? Por que na escola só estudamos a matéria? Vocês não perceberam ainda que é justamente por isso que somos tão conectados só com o que podemos ver e palpar? Por isso nosso plano “terra” é chamado de 3D. Só conseguimos ver a matéria, só conseguimos acreditar no que podemos tocar, porque fomos adaptados para ser matéria, e não essência. Mas agora que entendemos a matéria precisamos de um despertar para deixar de ver só a matéria e enxergar o outro lado. Tudo tem 2 lados, lembra?

Precisamos agora sair dessa configuração robotizada para evoluirmos para algo melhor. Precisamos de conhecimento para desenvolvermos nosso outro lado: o espiritual, mas as escolas não ensinam isso, poderiam, mas infelizmente ainda não chegaram a esse nível. Não vamos generalizar, algumas estão se arrastando e implantando recursos que vão ajudar no desenvolvimento espiritual, e se você tem essa consciência ajude também, dê a sua contribuição no mundo da ignorância para despertá-lo para os sentidos do mundo espiritual.

Uma pessoa já pode tanta coisa, imagina então várias reunidas com o mesmo propósito? Nossa, vamos formar uma egrégora linda. Você sabe o que é uma Egrégora? Não?! Então pega o dicionário porque só se estuda assim. E quando entendi o poder da lei da atração e do retorno, eu nunca mais parei de usar o dicionário. Nunca saio sem ele. Se você não sabe o que uma palavra significa, por favor, não fale! Essa foi a primeira lição que o mundo espiritual me deu: “Cuidado com o que você pensa, cuidado com o que você fala, cuidado com o que você sente e cuidado com o que e com quem você se conecta”. Essa é a minha bíblia. E só se pode ler a bíblia com o dicionário em mãos. Essa lição vai salvar a sua vida e vai te livrar de criar realidades que você não deseja. Não precisa ser um gênio para entender um pouquinho de física quântica e geometria divina. Mas o universo e a estrutura universal é tão perfeita, poderosa e harmônica, que até mesmo sem estudar podemos encontrar as respostas e criar nossa realidade. Como? Pense! Tudo na natureza e a nossa volta é vida. Tudo está vivo e diretamente ligada ao Todo. Logo, se fomos criados por ele, também somos parte dele. Já que a natureza está viva e ligada a Ele, faz parte dele e também faz parte de nós. Logo nos conectando a ela estamos diretamente nos conectando com o TODO, com Deus, com a divindade superior, com o cosmos, com a energia criativa, a mente divina, o Pai celestial ou como você queira chamar. Pelo amor de Deus, vamos parar de levantar bandeiras de religião e levantar a bandeira do amor porque somente ele pode salvar a humanidade. Parem de se comportar como seres insignificantes, porque você não é. Qual a importância do nome de Deus? Qual a importância da aparência de Deus? Você não é seu nome nem sua aparência. Você é essência, você é suas ações. Quando você puder entender isso, você vai entender Deus. Quando você praticar o autoconhecimento e saber quem você é de verdade, ai sim você vai conhecer a Deus. E é a partir desse ponto de partida que tudo se revela, e você começa a se lembrar de tudo. Você começa o seu despertar espiritual e esse é, sem dúvidas, o melhor presente de sua vida, porque você deixa de lado as crenças limitantes e para de repetir que você é somente um humano a espera de um milagre. Quando você desperta, você entende que você é o milagre, você entende que você é um fragmento do todo, logo também é deus. Você entende, enfim, que toda a criação foi criada de fragmentos e da essência do Todo, logo todos nós somos deuses. Você entende também que se tudo que tem vida, tem parte dele, está conectado a ele, então Todos Somos Um. Você está acompanhando isso? A partir de hoje pare de separar as coisas, porque nada está separado, tudo está conectado a uma única fonte. Saia da caverna. As sombras que te aterrorizam eram apenas o seu reflexo. O seu mundo não é real. Viva a experiência. Você é um ser espiritual e tem poderes que ainda não conhece. Calma!!! Tá tudo bem. Você só não aprendeu na escola porque lá você só desenvolveu a matéria. Mas agora que você saiu da caverna você vai se conectar à sua essência para desenvolver seus poderes. Por que Deus criaria pequenos deuses sem poderes? Ele te deu uma mente divina e os 5 sentidos. Você já se perguntou para que eles servem? Cuidado! Pare de acreditar em tudo que você ouviu, ou corre o risco de você se tornar o que as pessoas acham que você é. Seus sentidos já eram especiais até aqui, imagina agora que você descobriu que vai além do que se pode ver? Não sou eu quem está dizendo. Você vai experienciar isso se você se permitir. Então permita-se! Você só precisa desenvolvê-los, silenciar a sua mente. Use o poder da concentração que você tem para buscar o equilíbrio.

Lembre-se: Você viveu até aqui condicionado no piloto automático e agora você precisa sair dele e para isso você vai usar o silencio para ouvir as respostas e a meditação para conseguir o equilíbrio. Seus ouvidos vão deixar de ouvir para escutar, seus olhos vão deixar de ver para enxergar, seu tato vai ser sensorial e como um radar você vai sentir tudo e todos a sua volta, e até mesmo os que estão longe, mas só “se” você usar o poder da conexão, tudo depende dela.

Lembre-se: Tudo o que está vivo está conectado ao Todo, e logo está conectado a você. Basta sair do automático e usar o aplicativo instalado em seu interior, dessa forma você começa a perceber o que antes não percebia, e de repente você acorda e descobre um novo mundo dentro do mesmo mundo. Isso não é louco? Você renasce para uma vida de consciência e isso muda tudo. Tudo o que você sempre achou que era impossível, agora é possível. Você então assume sua verdadeira forma de ser divino para ajudar outros deuses que nem sabe que são. Você percebe que Deus te fez pequeno pra você ter tempo suficiente de se desenvolver e descobrir sua grandeza. Aí você percebe que cresceu e sabe tudo. Então, vem a primeira fase do jogo, kkk... Eu sei, você não sabe jogar o jogo, afinal você nunca viu.

É, acontece!! Eu também não sabia, mas não importa se você sabe ou não, o importante aqui é só viver a experiência. O controle tá em suas mãos, o jogo tá começando, a chance de praticar tudo o que aprendeu é agora. Se você perder não tem problema, Deus não vai te castigar, você apenas vai continuar na mesma fase até passar para a próxima. Enquanto você não aprender a mudar de fase os dias vão se repetir, e vai ser só repetição. Olhe o que estou te falando: não existe castigo e nem pecado, mas existem escolhas, e você fez uma. Existem consequências boas ou ruins, só depende de você. Cada pessoa tem seu tempo, então pare de torturar as pessoas de acordo com suas necessidades, até porque o tempo não existe, é só uma miragem, uma alucinação. Tempo, hora, data, ano.. Pare de por seu foco no que não tem importância. No mundo espiritual tudo se funde – Passado, Presente e Futuro é uma linha reta. São paralelos que te permitem chegar à evolução e no final, ahhhhhh... esqueci de te avisar: essa palavra final no mundo espiritual também não existe. Pare de focar nos lugares errados, porque o final é apenas o começo.

Não faz sentido ter fim em um universo infinito. Eu sei... você ainda não está acostumado e não vai entender tão rápido assim, afinal são muitas mudanças em tão pouco tempo. Você precisou de 20, 30, 40 anos, talvez mais, talvez menos... Mas você precisou de todo esse tempo para aprender a matéria e entender como funciona o mundo material. Imagina agora que você está inserido em um “mundo novo”, vai levar um tempinho pra você se adaptar, né?

Até você se desfazer das suas crenças limitantes, estar consciente, conseguir viver em equilíbrio com as pessoas, a natureza, os animais, e aceitar que você não é o que te ensinaram a vida inteira, e o pior, você foi tudo o que você acreditou que fosse. Poxa, que viagem!!!

A desconstrução desse paradigma leva tempo, mas aproveite seu tempo evoluindo, buscando e não dormindo, nem parado. Faça essa transição vivendo, praticando e ajudando outras pessoas. Mas lembre-se de uma coisa: quando for ajudar alguém pegue ai seu dicionário, por favor, e veja o que significa a palavra “ajudar”, lá não está falando trocar favores. Porque o mundo das pessoas está perdido, só fazem algo se tiver algo em troca. Mas ajudar não significa ter recompensa e nem tirar proveito. Entendido isso siga em frente, mas não deixe pra trás o que você apendeu até aqui, ou você vai repetir o jogo de novo, de novo e de novo... quantas vezes forem necessárias. Você já ouviu falar que a vida é feita de fases? Eu prefiro chamar de ciclos. Mas pelo amor de Deus, não confunda com círculos. São diferentes! Não caia em círculos, porque aí a coisa fica séria.

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Ysa Flor

Serendipity 11:11

O Portal do Amor

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