— Ysa eu insisto em pagar esse curso de canto pra você.
— Mas Ana, é dinheiro gasto em vão. Minha voz não vai mudar só porque vou aprender algumas técnicas.
— Mas vai te ajudar a ter noção das notas, da composição, do arranjo...
— Mas isso eu já tenho, Aninha.
— Não, Ysa. Você tem uma boa intuição auditiva, mas não tem técnicas, isso vai agregar na sua profissão, ou profissões ...
— Ok Ana, vou fazer o tal curso. Eu nunca fujo de um desafio, e conhecimento nunca é demais! Adoro aprender coisas novas. Mas você não precisa pagar, eu posso pagar.
— Que você pode eu sei, mas guarde seu dinheiro, fazer investimentos ... com tantas habilidades eu abriria uma empresa se fosse você. Você pode ganhar muito dinheiro, Ysa. Você é uma mina de ouro, se os investidores descobrem você, você não vai ter paz.
— Ai Ana, eu sei que você me ama, mas não exagera.
— Não tô exagerando, nós duas sabemos disso. Se valorize porque você tem múltiplas competências, e isso faz de você única.
—Tantas pessoas tem muitas habilidades por aí.
— Sim, os gênios como você. É algo raro de se ver alguém tão forte e tão preparada pra vida.
—Preparada pra vida? Não me sinto preparada nem pra o passeio turístico de 4 horas amanhã, imagina estar pronta pra vida. Ai, ai viu Aninha, só você mesmo. Vamos dormir, vai.
— Deu sono?
— Não, mas preciso repor as energias, ou amanhã fico indisposta.
— Eu também vou deitar. Até amanhã.
— Até!
O celular de Ana tocou. Era o filho dela.
— Oi Markus, o que houve?
— Tive uma oportunidade de tocar em outra cidade mãe, queria que fosse a primeira pessoa a saber. Vou viajar amanhã com essa banda de rap, estamos pensando em formar um grupo, sei lá ... Mas não sei se vai dar certo.
— Que bacana filho! Vai, Markus, você tem todo meu apoio, você sabe que pode contar comigo para o que precisar. Se precisar de dinheiro, qualquer coisa ...
— Mãeeee, não preciso de nada, só do seu apoio.
— Ok filho, tá abençoado. Amanhã passo aí pra te dar um beijo antes de você ir.
— Você vem cedo?
— Sim, às 8 eu passo aí na sua casa.
— Ok, mãe.
— Tchau.
— Aninha, fui lá no curso que você me matriculou, tive a primeira aula hoje.
— E aí, gostou do professor?
— Não é professor, é professora, gostei sim, ela parece ser legal, paciente...
— Você entendeu alguma coisa?
— Nada. Pra que tanto nome técnico?! É tão simples, basta escutar e executar. Por que tenho que decorar todos aqueles nomes e respirações? Que viadagem, viu Ana.
— Precisa saber pra comunicar e ser entendida, vai agregar na sua carreira.
— Que carreira Ana, não sou cantora, não. Achei uma frescura todo mundo gritando, parecendo que tá gemendo, credo! Uma frescura!
— Calma Ysa, você acostuma, você vai ver como vai ser bom quando você pegar a prática.
— Ah, as meninas da classe também são legais. Mas tem duas em particular que chamaram bastante a minha atenção.
— Como assim?
— Não sei Ana, mas a voz delas soou muito familiar para mim. Sabe quando você vê uma pessoa pela primeira vez, mas parece que você já conhece há anos?
— E como sei.. tipo eu e você?
— Não tanto assim, mas parece que as conheço de algum lugar, é estranho.
— Como se chamam?
— Anitta e Nayara Azevedo.
— Vai ver que você as viu em algum lugar...
— Não, Ana, eu nunca as vi. Deixa pra lá, Aninha, deve ser coisa de minha cabeça. Vou tomar meu banho.
— Ysa, fiz chocolate quente pra você.
— Obrigada, Aninha. Coloca no micro porque preciso tomar banho antes do café.
— Ok, vou te esperar.
— Tá.
O celular da empresa toca, era Markus.
— Oi, quem é?
— Eu.
— Eu quem?
— Deixa pra lá. É o filho da Ana, acertei?
— Isso. Minha mãe tá por aí? Ela não atende o celular e nem o fixo, por isso liguei para o celular da empresa.
— - Tá, sim, um momento.Vou chamar ela.
— Espera... Com que eu tô falando?
— - Com a assistente dela.
— Você tem nome?
— Até tenho. Mas não gosto de apresentações por telefone.
— Espera aí.
— Tchau....Ana, é seu filho, manda um beijo na boca.
— Respeita meu bebê, rapaz.
— Bebê que faz outro bebê. Fui! Depois coloca o celular lá em cima da minha cama.
— - Tá. Oi filho.
— Oi mãe, quem atendeu o telefone?
— Por que o interesse?
— Só pra saber.
— Até parece que você não sabe.Tô de olho ne você.
— Calma aí, mãe, eu não fiz nada.
— Mas pelo visto tá querendo fazer.
— Só quero saber o nome dela.
— Minha assistente. É suficiente. Por que ligou pra o celular da empresa? Você tá procurando sarna pra se coçar.
— Cê loko!! A senhora não atende o celular nem o telefone de casa, pra onde mais eu ia ligar?
— Ok filho, diga logo o que é tão urgente assim.
— Tem um horário pra almoçar comigo hoje? Agora você só vive com essa assistente pra cima e pra baixo.
— Ei, alto lá, te procurei a semana toda pra gente sair, você que tava a semana inteira ocupado. Hoje vou almoçar em casa. Se quiser, pode vir. Vou almoçar com a... Aliás não, acabei de mudar os planos.Vamos naquele restaurante do Tiozinho que você gosta.
— Eu, hein, me convida e acaba de desconvidar.
— Não é isso,filho, é que eu lembrei que tenho uns assuntos pra resolver na rua e vou aproveitar.
— Eu te conheço Dona Ana Carolina. Você não quer que eu encontre com ela, né?
— Ela quem, menino?
— A sua assistente misteriosa.
— Não tem nada a ver com isso.
Gritei:
— Ai meu Deus, amo esse sabonete....
— Ela tá no banho? É ela gritando aí no fundo?
— Markus, te encontro daqui a pouco, tchau. Daqui a 20 minutos estarei lá, não se atrase, beijinho.
— Aninha, vou roubar esse sabonete pra mim.
— Você gosta, né? Eu sei, Ysa, por isso coloquei aí no seu banheiro.
— Ave-maria, você me mimando assim desse jeito eu nunca vou querer sair dessa casa.
— Mas você tá em casa, filha.
— Que xiada, viu Ana? . Não sei porque você fica chamando todo mundo de filho, isso é carência é mulher? Jura que você não quer parir? Ainda dá tempo viu Aninha, eu arrumo um reprodutor pra você.
— Ai, ai, Ysa, me sinto sua mãe, o que posso fazer? Sei que você é toda tirada a independente, mas aí dentro mora uma menininha linda.
— Eu hein, Ana, você tá surtada!
— Ysa, seu chocolate quente está no micro-ondas. Nossos planos para o almoço mudaram, vou ter que dar uma saidinha rápida, te encontro na empresa..
— Calma, vai pra onde assim nessa pressa? Deixa eu passar meu hidratante. O que aconteceu, tá tudo bem?
— Ta sim, so vou precisar dar um saída, não vamos poder almoçar juntas.
— Posso saber o motivo? Ta tudo bem com o moreninho?
— Ele tá ótimo. É que não nos vimos muito essa semana e ele logo vai viajar, e preciso que ele me ajuda com algumas coisas da empresa.
— E por que não convidou ele pra almoçar aqui, Ana? Almoçariamos todos juntos.
— Não consigo conceber essa cena. Ysa Flor, fique longe do meu menino. Se bem não se conhecem já estão soltando faíscas, imaginem se se conhecessem. Quero você longe do meu bebê.
— Ah, então foi por isso que você criou toda essa estratégia, né?
— Eu?
— Ai, Ana, eu não acho que nasci ontem. Mas você sabe que nosso encontro vi serinevitável, né? E pensando bem... Tô lembrando aqui... que você disse que a casa é minha... que eu podia levar um boy pra o meu quarto... Jogar naquela cama e....
— Ysa Flor, calada!
— KKKKKKKKKKKKKK, Ai Ana, como você me diverte. Vai lá almoçar com seu filhinho, vá. Fala com ele que mandei um beijo na boca.
— Atrevida!
— Nossa, Ana, foi só um beijo, poderia mandar coisa pior.
— Não vou te dar bola.
— Nossa, Ana, como esse hidratante, que delícia!
— É esse que você usa, né?
— É sim, como você acertou?
— Da última vez eu estava no shopping com você quando comprou, também sou detalhista.
— Kkkk , tá aprendendo, hein gatinha! Obrigada, Aninha, por ser tão cuidadosa.
— Você é o dobro disso.
Passei dando um beijo na cabeça dela.
— Cheirosa!
— Sempre, né Aninha. Vou tomar meu chocolate. Hum, tá uma delicia obrigada.
— Ah, e eu trouxe da padaria aquele bolo de chocolate com morango que você adora, tá na geladeira.
— Então guarda pra sobremesa.
— Deus me livre. Você devia saber que eu não deixo nada pra depois.Eu não sei nem se eu tô viva até a hora da sobremesa.
— Não fala besteira, menina.
— Hummmmmm. ..Obrigada Aninha, tá uma delicia. Poxa, não tô acostumada com esse paparico todo, não, assim fico viciada. Me criei sozinha, me virei a vida toda sozinha e 22 anos depois encontro uma mãe, quem aguenta?
— É tão ruim assim?
— Não, né Ana? Só não tô acostumada, mas você é maravilhosa, Obrigada.
— Tô indo, a gente se vê na empresa.
— Ok, às 14 hs estarei lá.
Cheguei mais cedo que de costume no escritório. Nem os funcionários haviam chegado ainda, mas o moreninho... ahhh, ele também estava lá. Eu reconheceria aquele dedilhado em qualquer lugar do mundo, e eu sabia, era ele. Abrí a porta da minha sala, sentei, e eu não conseguia descrever nem pra mim mesma a sensação de estar ouvindo aquele violão. Era suave, mas era forte. Era uma melodia que mexia na minha alma, os arrepios eram mais que só fisicos, eles arrepiavam meu intelecto. Fiquei ali, anestesiada alguns minutos e querendo entender o que o moreninho tinha de tão profundo pra me deixar daquela maneira, em êxtase! Ele tocava as cordas do violão mas as notas tocavam em mim e vibravam quase num gesto desesperado.
Abrí a porta,andei pelo corredor como se tivesse indo ao encontro de um ídolo que eu mal conhecia,mas já sabia que admirava, e ele nem suspeitava que eu ouvia o som dele da minha sala. Eu me sentia conectada a ele de uma forma que eu não sabia explicar, parecia absurdo ao meu entendimento, mas era exatamente como me sentia naquele momento alí. Desci os degraus da escada que dava acesso ao Studio que eles ensaiavam,e enquanto descia, o ouví tocar novamente,então encostei na parede lateral e fechei os olhos,que viagem! Ele não tocava minha alma , ele a penetrava de uma forma que ninguém nunca conseguiu antes. Eu não queria ir, mas o dever me chamava, hora de voltar pro mundo real, ele me conectava a outra dimensão, eu só não sabia a qual. Acabou a reunião e foi perfeita. Voltei pra minha sala e tinha uma caixinha bem no chão, no pé da porta. Analisei e a abrí.
Tinha pétalas de rosa e um bombom dentro. Entrei no escritório sorrindo. Não precisou muito, eu já sabia quem deixava esses presentes. Era o Markus. Peguei a caixa e desci com ela na mão. Eles estavam ensaiando no palco, então fiz questão de sentar bem de frente pra ele. O palco era um pouco distante, mas conseguimos nos ver perfeitamente. Peguei o bombom e comecei a comer bem na frente dele. A reação de surpresa dele foi uma das melhores que já vi. Não sei se ele tinha entendido o recado que eu já sabia que era ele, mas ele não tirou os olhos de mim. Acabei de comer o bombom, a boca dele não fechava. Então, subi novamente e liguei pra Ana.
— Oi, Flor.
— Oi,Aninha. Você sabe quem tá me dando presentinhos? Acabei de descobrir.
— Quem?
— Seu filho.
— O Markus não é dessas coisas, Ysa.
— Hunmm... Ana, Ana, se ele não parar com isso, vou jogar teu filho em minha cama.
— Ysa Flor!
— Tá avisada. Tchau!
Fiquei rindo no escritório, imaginando a cara de ANA.
As aulas de música estavam indo melhor do que imaginei. Elas estavam me ajudando muito a ouvir e a entender melhor o que antes eu não compreendia. Ana realmente estava certa, eu não poderia coordenar uma banda sem antes ter esse contato. Só se passaram 3 meses e eu já estava em destaque.
— Oi professora, boa tarde.
— Oi, Ysa, bom te ver, você tá sempre tão alegre, qual o segredo?
— Se eu te contar deixa de ser segredo.
— Oi Ysa.
— Oi Nayara, oi Anitta.
— Ysa, podemos falar com você?
— Sim, claro!
— Percebemos seu desempenho na aula. Sei que você não gosta de cantar em público, mas você sabe escutar. Você percebe as falhas de todo mundo, você percebe quando tá alto, grave e você sabe colocar todo mundo no ritmo. Não é só sobre saber cantar, é um dom isso que você tem de saber interpretar a música.”
— Ah, obrigada.
— Você foi o comentário na apresentação de ontem.
— Mentirosa! O comentário foi você, Anitta, com essa bunda de fora.
— Falo sério, poxa, será que você podia ajudar a gente?
— Ajudar fazendo o que?
— A gente te paga pra você dar umas coordenadas em nossos ensaios.Você fala onde tá o erro e em que precisamos melhorar.
— Olha, amores, eu posso dar minha opinião pessoal?
— Claro, por favor!
— Nayara, eu acho que sua voz tem presença, é marcante, sexy, tem uma pimenta que se você souber usar tempera a salada inteira.
— Tá vendo? É disso que tô falando, Ysa, ninguém percebe essas coisas, e quando você orienta o pessoal aqui eu vejo que dá resultado, vejo como eles evoluem e a gente tá precisando dessa mãozinha.
— Meninas, vocês sabem que eu trabalho pra ANA, né ?
— Ana? Que Ana? A Carolina?
— Sim, Ana Carolina.
— Mentira!
— Verdade!
— Ah, bem que eu vejo ela aqui as vezes , sou super fã, doida pra pedir um autógrafo, aí fico com vergonha.
— Pode deixar. Ela vem me buscar hoje porque meu carro tá no rodízio, daí apresento vocês duas.
— Que honra!
— Meu Deus, você trabalha então com a Ana? O que você faz?
— Ah, muita coisa: maquiadora, personal stylist, cabeleireira... na verdade eu sou responsável pela agenda e imagem dela, mas faço um pouco de tudo.
— Mulher, quanto talento! Eu sabia que tinha alguém novo por trás da imagem de Ana. Ela mudou o visual completamente, você é responsável por aquele cabelo loiro, né?
— Sim.
— Caiu super bem nela. As roupas dela também estão mais leves. Notei que ela tirou os ternos de ombreira, kkkk.
— Você notou?
— Claro! Ela não aparecia maquiada assim. Agora tá mais feminina, sei lá, o visual criou uma harmonia com o ritmo que ela canta.
— Você é demais, Ysa.
— Se você conseguiu dar esse up no visual da Ana, imagino o que não pode fazer com a gente.
— Meninas, me perdoem, espero que entendam, mas já tô no limite, eu não tô tendo tempo nem pra me coçar.
— Ah, não Ysa, uma vez por semana, vai.
— Olha, não posso trabalhar pra outra pessoa, me desculpem. Já trabalho pra Ana e eu não gosto de fazer nada pela metade, eu gosto de entregar e me dedicar porque gosto das coisas perfeitas. Não gosto de ver trabalho com pendencias, entende? Eu não tenho agenda pra me dedicar por inteiro a Ana e a vocês duas, mas posso ajudar, somos colegas de classe e isso facilita porque dia de hoje tenho a agenda livre, aliás, livre não, “Leve”, já que tenho uma brechinha e já adiantei o serviço da semana na empresa.
— Você trabalha na empresa de Ana também?
— Sim, ajudo na Adm e fiscalizo as edições.
— Nossa mulher, você é mais que uma.
— Por isso me chamam de 17 desde guria.
— Tá explicado.
— Mas como você pode ajudar?
— Olha, eu sou compositora também.
— Jura? Você é perfeita demais pra ser de verdade.
— Não brinca, sério?
— Olha, eu e Ana estamos com um projeto de montar um Studio. O filho dela é Rapper e tem uns amigos da comunidade. Ana e eu gostamos de selecionar pessoas da comunidade porque o filho dela foi criado lá, entende? Ela gosta de dar novas oportunidades a pessoas que não tem condições de desenvolver a arte, mas tem dom, então ela selecionou alguns meninos da comunidade e formou uma banda pra tocar com ela em shows locais. Quando ela faz apresentação na TV ou viaja, ela vai com outra banda, algo mais profissional porque esses meninos tão começando agora, pegando o ritmo, sabe? Mas pelo que ela fala deles, são bons. Então Ana sugeriu passar pra mim essa banda que ela já tem montada, que o filho dela toca, pra fazer meus ensaios junto com alguns cantores que aceitarem uma parceria de gravar minhas músicas, e em troca do tempo e atenção deles eu dou as composições. Inclusive se vocês quiserem eu posso ver algo pra vocês também. Tenho umas músicas que encaixam no perfil de vocês.
— Ai, Ysa, seria uma honra, a gente ia adorar.
— Ok, mas vocês não podem dizer que a música é minha.
— Por que?
— Não posso explicar o motivo, vocês não entenderiam, mas tem que ir no nome de vocês.
— Você é louca? Quem abre mão de uma composição?
— Eu, Anitta. Inclusive tenho uma com o nome SHOW DAS PODEROSAS que vai se encaixar perfeitamente no seu timbre e vai ficar perfeita com a sua interpretação. A gente ensaia essa e uma nova que eu compus com um dos meninos da banda, só que ele ainda não sabe disso.
— Como assim, menina?
— Foi assim: O moreninho estava dedilhando essa melodia no violão E o leãozinho, que eu não sei bem ainda o nome, começou a compor. Só que eu vi que eles não conseguiam sair de uma parte da música, então desenvolvi o restante do meu escritório, só que ele não sabe disso ainda. Vou pedir a Peu pra entregar a letra completa pra ele no próximo ensaio. Ficou linda, o nome é COMPLICADO.
— O que, Ysa? Você compôs a música com uma pessoa que nem tá sabendo? Kkkkkkkk, não acredito.
— Inspiração é assim, Anitta, bate a qualquer hora e em qualquer momento. Não tá sabendo, mas já já vai ficar.
— E por que você não entrega pessoalmente, amiga?
— Por que não sou exibida como você, Anitta.
— Eu, exibida?
— Você pode não ser, mas sua bunda é, kkkkkkk.
— Vem cá, você não tá plagiando ninguém não, tá? É minha carreira em jogo.
— Respeita minha história, Anitta, as composições são minhas, ou melhor, são nossas. Nada é meu e nem seu, tudo é pra ser compartilhado.
— Você é bem doidinha, Ysa, mas a gente te adora. Suas participações na aula tem agregado muito na nossa carreira, estamos no início ainda, mas temos certeza de que tudo vai dar certo.
— Qual é o plano? - Perguntou Nayara.
— Todas as terças, depois da aula, eu e Ana nos reunimos para compor e temos já alguma coisa pra gravar. Não sei quando começa o projeto do novo stúdio, mas aviso a vocês. Anotem o número aqui, daí vamos agendar uns ensaios e eu vou dando umas dicas a vocês, combinado?
— Perfeito, Ysa, quanto você vai me cobrar?
— Eu não vou cobrar, Anitta, nem de você, nem de nenhum cantor que aceitar ser trabalhado por mim.
— Como assim, louca? Virou Madre Teresa de Calcutá?
— Não Anitta , eu só não preciso de dinheiro, já tenho suficiente e não acho justo cobrar por uma coisa que me foi dada de graça. Eu não paguei pelo meu dom, não preciso cobrar por ele.
— Mas você vai trabalhar, ter gastos com os meninos da banda, não vai?
— Eu não, Ana vai. Ela que vai pagar a eles, estamos resolvendo salário, contratos, mas tudo por conta dela. Eu só vou treiná-los pra ser os melhores e aproveitarem ao máximo seus dons.
— Meu deus, Ysa, além de linda você é um anjo, e Ana também. Ela vai tirar do bolso dela para ajudar pessoas... Ela é mesmo anjo.
— Mas eu sou deusa.
— Nossa, ela não é nem um pouco modesta. Gostei dessa garota.
— Tá vendo Nayara, quando falo a verdade ninguém acredita. Vocês querem que eu seja uma simples humana? Tá bom, eu sou.
— kkkkk,,ela é ótima, Anitta.
— Eu também acho, kkkkkk. Só tem um probleminha, Ysa. Tô precisando de umas dicas para gravar um clipe pro final de semana, tá bem em cima da hora já.
— Então você não tem problema nenhum. Eu te ajudo. Vou ligar pra Ana agora e perguntar se eu posso “emprestar os meninos dela” pra você gravar esse clipe.
— Ai, Ysa. A Ana é a Ana! será que ela vai liberar?
— Fique tranquila, Anitta, com certeza vai. Porém eu preciso pedir a permissão dela antes. Vou ligar agora.
...
— Aninha, lembra de Anitta?
— Que Anitta?
— Minha colega de turma, Ana. Aquela que te falei que ta fazendo o maior sucesso!
— Ah, aquela da raba grande?”
— Isso, Ana. Até que enfim lembrou dela.
— Sei, o que é que tem?
— É que ela está precisando gravar um clipe e eu queria saber se eu posso pegar seus meninos emprestados pra ela. Estava pensando em convidá-la para ir lá no escritório gravar o clipe.
— Claro que pode, Ysa. Os meninos são todos seus. Mas lá no escritório não é um lugar tão apropriado para a gravação de um clipe. Você não quer esperar a locação do novo studio?
— Preocupa não, Aninha, eu vou orientar o Peu, e também só vão ser algumas cenas, o local não vai influenciar. Vou colocar o clipe em preto e branco, um salto alto, umas luzes e deu! Anitta vai ficar mais preparada que a Beyoncé.
— Com aquela bunda e com você no comando, até eu fico.
— kkkkkkkk, no seu caso ia precisar de uns enchimentos, Aninha.
— Palhaça!!
— Tchau Aninha, depois te ligo.
— Tudo certo, Anitta. Você pode passar lá no escritório na sexta, vou estar te aguardando. Vamos ensaiar duas música: Show das poderosas e Complicado.
— Olha, Gleycis vai começar a aula, vamos prestar atenção.
— Ysa, vem cá, tá rolando algo entre você e a professora?
— Por que?
— Percebemos um climão aula passada. Ela só olhava pra você, e na hora do ensaio ela passou a mão na sua barriga de um jeito... A gente ficou passada com sua cara, kkkkkkkkk. Deu pra ver que você não esperava. Amiga, se você tiver sendo assediada por ela pode contar que a gente liga pra polícia, kkkkkkkkkkkkkk.”
— Loucas, prestem atenção na aula!
Marquei com Anitta na empresa. Ensaiamos bastante e decidimos gravar o clip de uma das músicas pra ela levar divulgar. Estava concentrada no trabalho, sentada em minha mesa com um monte de arquivo pra analisar do lado, olhando uma pasta e outra em total movimento, quando, de repente, ouvi o dedilhado mais lindo da minha vida. Parei tudo que tava fazendo e fechei os olhos e ele começou a cantar rimando. Eu pensei ” puta merda, o cara é bom!” Desci as escadas só pra ver ele cantar, mas quando desci, na hora ele me viu e parou. Olhou pra mim todo tímido e eu pensei, “que fofo” . Fui falar com Peu. O olho dele não desgrudava de mim, e ele tava olhando pro meus peitos, tarado. Eu percebi e abri os dois primeiros botões da blusa, só de sacanagem. Ele não conseguiu disfarçar, virava o rosto de um lado pro outro, passava a mão no rosto, mas não teve coragem de vir até mim. Eu olhei pra ele e sorri, ele retribuiu com um sorriso que me deixou sem chão . Eu voltei para o escritório naquela tarde, tinha um relatório de 20 páginas pra terminar, mas eu não consegui porque a voz dele tirava toda minha concentração, eu não queria mais nada, a não ser ficar ali sentada com a luz apagada ouvindo ele. E foi o que fiz. Ele começou a dedilhar uma música, só a melodia, quando Anitta chegou e me chamou. Tive que descer novamente para apresenta-la a Peu, que era o líder da banda, e deu pra perceber o quanto Markus era fã dela. Ele ficou desajeitado, cochichando com os meninos, então coloquei Anitta pra dançar. Viny ligou o celular para filmar e eu falei:
— Ei, desliga, quer filmar venha aqui e peça permissão a ela.
Ele gelou e veio gaguejando, kkkkk. Anita sorriu e disse:
— Só deixo se me der um beijo.
Viny só faltou desmaiar e deu um selinho em Anita, enquanto os meninos gritaram, eufóricos.
— ÊEÊÊÊÊÊÊ, se deu bem, hein Vinny?
Ele voltou correndo feito um menino.
Eu falei:
— Ei, amiga, acho que você beijou o cara errado, o moreninho não para de olhar pra você.
Anita olhou pra ele e gritou:
— Ei, quer me beijar também?
E ele balançou a cabeça dizendo que não. Eu pensei: “Esse é dos meus.”
— Anitta, você vai ter que fazer mais que rebolar a bunda pra conquistar ele.
— Mas não é porque ele é difícil que ele não quis meu beijo, amiga, é só porque ele finge que olha pra mim, mas ele não tira o olho de você.
— Kkkkk, jura? Não tô vendo isso, tô vendo ele babando no seu rebolado, talvez ele só seja tímido, por isso não veio aqui.
— Quero tirar a prova dos 9.
— Deixa o moleque, Anitta.
— Ah, não. Eu nunca levei um fora, e não vai ser ele quem vai me dar. Eu não saio daqui sem saber o motivo da recusa, que ofensa!
— Kkkkk, Anita, se ele não te beijar eu beijo, vem cá.
Dei um selinho em Anita e eles gritaram, ficaram todos eufóricos.
— kkkkkkk, eu me divirto com você, Ysa, ele vai pensar que somos lésbicas.
— Você liga?
— Eu não.
— Eu muito menos. Mas vamos deixar de zoação e vamos trabalhar.
— Os meninos ainda estão preparando os instrumentos para o clip, então vem dançar comigo, quero aprender aquele passo que você faz na dança da cadeira.
— Com eles aqui? Nem morta, Anitta, sou uma executiva, tenho um nome a zelar, trabalho é trabalho, balada é balada. Sábado a gente sai pra dançar, valeu?
— Ai Ysa, você é tão certinha, careta pra porra. Só uma música vai, eu juro! Nunca te pedi nada.
— Ai, tá bom. Só uma.
Os meninos estavam arrumando os equipamento e cochichando, então Anitta pediu pra colocarem a música ‘Meiga e abusada’ e falou:
— Essa música tem dona, é ela. Com vocês, A Dama da Noite.
Eu tava vestida com um body branco de renda bem decotado por baixo do terno branco, calça preta e salto preto. Então tirei o terno e comecei a dançar com Anitta a música “Meiga e abusada”. Os meninos pararam pra assistir e aplaudiam.
— Nossa! Duas gatas! Quem diria que ela sabia dançar desse jeito!
Marquinhos gritava por segundo:
— Ô loooko meu’! Que isso, Brasil?
Os outros assobiavam. Anitta falou em meu ouvido:
— Tá aí a resposta que você queria. O moreninho nem olha pra mim, só tem olhos pra você., você sempre rouba a cena.
— Impressão sua.
— Ah, é? Então dá uma olhada na impressão da calça dele.
— Aiiii meu Deus, Anitta! Não precisava ver isso.
— Até parece que você não viu.
— Juro que não.
— Você é tão inocente.
— E você tão indecente.
— Olha isso, ele não tira os olhos de você. O que vai fazer?
— Eu? Trabalhar, Anitta, preciso voltar ao trabalho. Se Ana me vê nesse disfrute aqui com você enquanto a agenda dela tá em aberto, ela me mata. ‘Foi divertido, foi intenso, foi verdadeiro!,’ falei arrochando uma música que a gente sempre zuava ... foi, foi, foi..: mas tenho o que fazer, o trabalho me chama. Me mande sua avaliação do clipe, vamos ter uma reunião na terça feira . Me mande a música. Você quer que eu trace todo o roteiro pra você?
— Sim.
— E essa que você vai gravar hoje é para o DVD novo?
— Sim.
— Qual música?
— Show da poderosas.
— Então vamos nessa, os holofotes agora são só pra você.
Vesti novamente meu blaser, e Marquinhos gritou:
— Ah nãooooo, tava tão bom.
Olhei pra ele, e ele sorriu de uma forma tão safadinha, tava rolando uma atração ali, mas apesar de eu ter gostado eu não podia dar corda a um moleque de banda que parecia ter metade da minha idade. Respirei fundo, dei um tapinha no rosto e disse a mim mesma “volta pra realidade, tá louca?
— Tchau amores, fiquem à vontade aí, vou subir, preciso terminar um relatório. Amiga, mande vê!
— Deixa comigo. Quando acabar, subo lá.
— Ok, boa sorte, meninos.
— Obrigado! – Eles disseram juntos.
— Como é o nome dela?
— Não sei.
— Ela usa um colar com a letra J, vocês já repararam?
— E ela tem uma tatuagem de rosa no braço, vocês já viram? Acho que é com o nome dela, mas não consigo ler, ela sempre tá de blusa social de manga, a única vez que vi não consegui ler.
— Droga!
— Pergunta a Anitta, Markus, elas parecem ser bem amigas.
— Eu não, vou me queimar. Ela vai contar, e aí vou ficar com vergonha, E se ela vir me perguntar por que to procurando saber o nome dela?
— Markus, você quer ou não conquistar a mina? vai fundo.
— Você acha que tenho chance?
— Acho que não, kkkkk. A mulher é o maior avião, mas no seu lugar eu tentava, o não você já tem, precisa tentar o sim. Eu sou brasileiro, não desisto nunca - falou Viny.
— Cala a boca Vinicius, tu nem entende de mulher.
— Eu sou mais pegador que tu, pai.
— Aonde?! eu não preciso sair mostrando a ninguém não mano, o pai aqui come quietinho.
— Meu deus, é a Anitta! A assistente de Ana subiu e ela tá vindo. Markus, me segura, que mulher é essa?!
— Sai Vinicius, não faz eu passar vergonha!
— Sou fã dela pô, me arma com ela.
— Oxe velho, tá lôko. Você até beijou a mina.
— Beijei nada, foi só um selinho.
— Vinicius, aja naturalmente.
— Oi, eu sou Viny, estou as suas ordens - falou se jogando em cima de Anitta.
— Viny, calma, eu mandei você agir naturalmente e não igual um tagarela louco.
— Desculpa Anitta, é que ele é seu fã - disse Markus.
— Imagina, e você?
— Eu o que?
— É meu fã?
— Claro, e quem não é?
— Muita gente.
— Gente de mal gosto.
— Verdade, falou Viny. Anita, meu sonho é fazer um clip com você.
— Jura? Então aproveita que to de bom humor e vem cá, dança comigo, vou pedir a seu amigo pra filmar, e quem sabe rola uma cena legal para o clip, você topa?
— Na hora.
— Vem.
— Obrigado, anjo da guarda - falou Viny juntando as duas mãos.
— Meu, grava essa porra direito ou te mato. Eu vou fazer clip com a Anitta, é a Anitta, brother.
— Vai lá cuzão, deixa eu filmar.
Peu chegou.
— O que tá acontecendo, Markus? Por que Anitta tá com Viny no palco?
— Ela chamou ele pra dançar e pediu pra filmar uma cena. Se servir, ela vai usar no clip porque o Viny é fã dela.
— Porra, cagão! Que sorte, caralho
— Sorte nada, eles estavam se olhando desde que ela e a assessora da Ana estavam dançando.
— Eu vi! Mas eu vi Anitta dando mole pra você.
— Pra mim?
— Sim. Mas você tava tão hipnotizado com a assessora da Ana que nem deu onda pra ela. Porra velho, mulher gostosa da porra te dando um mole e você não caiu pra dentro, porquê? Não tem explicação. - Eu e o Mateus tava lá de trás só observando. Você tá gamadão na assessora, né?
— Eu mesmo não, sou lá homem de ficar gamadão, pô? Não corro atrás de mulher , não, elas que correm atrás de mim. Deixa eu filmar o bagulho aqui maluco, pega lá a iluminação. Enquanto você pega eu vou no banheiro rapidinho, ok? Mateus, segura aí a câmera, se eles começarem a dançar alguma música vai filmando, não perde nada, vou no banheiro, volto agora, Pedro foi pegar a iluminação, grava, ok?.
Mateus começou a filmar, e de repente Viny e Anitta estavam se pegando no maior clima.
— Nossa senhora!
Markus e Pedro voltaram.
— Gente, vem aqui, olha isso!
— Que porra é essa, mano? Eu vou ali no banheiro e volto e já estão assim? Quem beijou quem primeiro? - perguntou Markus .
— O Viny agarrou ela e beijou, mas ela tava provocando ele. Toda hora encostando e passando a boca no rosto dele.
— E quando ele parou de beijar?
— Ela agarrou de volta e tascou outro beijo, e estão nesse amasso a mais de 5 minutos, o que eu faço?
— Desliga. Rolou o clima, tão se pegando pô ...é falta de respeito continuar gravando.
— Que nada Markus! Grava, Mateus, continua, pode servir pro clipe. Você sabe se eles não fizeram um acordo? E se fizer parte do vídeo clip?
— Duvido! Esse clima é de pegação de verdade. Olha as mãos do Viny dando um trato.Duvido que seja parte de alguma gravação.
— Meu deus, que inveja do Viny - disse Mateus .
Continuaram gravando. O beijo acabou depois de 6 minutos e meio, e Anitta, desconcertada, subiu.
— Aamigaaa!
— Entra! Que desespero é esse?
— Tô tremendo toda!
— O que houve?
— Beijei ele!
— O Markus? — perguntei levantando da cadeira.
— Não, o cabeludo.
— Mentira! Como foi isso?
— Amiga, a gente tava de boa, dançando uma música, de repente rolou um climão , o clima esquentou, meu sangue ferveu, me deu uma loucura e aí beijei.
— Meu deus Anitta! Que babado!
— Seus meninos são maravilhosos!!
— Meus não, de Ana.
— Adorei eles, principalmente o cacheadinho, Vinicius.
— Meu deus, o mais novinho. Você é uma Pedófila, Anitta!
— E o seu moreno tá lá. Você saiu e ele não olhou nem uma vez pra minha cara, Ysa, ele tá gamado em você.
— Não vai rolar amiga, não gosto de cara novinho, como você. Gosto de homem experiente, mais velho.”
— Ysa, você é safada.
— Ah, foi eu que tava me agarrando com o menino lá em baixo, você beija e eu sou a safada! Agora que eu vi, me deixe viu, Anitta, e o meu moreninho é tímido.
— Tímido? Ele é safado. Você viu a calça dele quando a gente tava lá em baixo dançando?
— Afff, que safada! Eu não vi nada.
— Duvido.!
— Tá, eu vi, me deu um tesão, tive que subir pra não fazer besteira.
— Ysa, você é malandra.
— Não , só sou observadora.
— Sei...
— Sério! Sou discreta amiga, e você escandalosa.
— Então vocês já se conhecem?
— Não oficialmente, ele é o filho de Ana.
— Ah, é esse?
— Sim.
— Achei que fosse o Pedro.
— Não.
— Mas você não se falam?
— Não. Nunca falei diretamente com nenhum deles, só com o Pedro, que é líder da banda . O moreninho me dá umas olhadinhas, eu retribuo, mas só isso. Anitta, você sabe que gosto de homens mais velhos. Gosto de homens intelectuais. Essa paquera de adolescente não vai dar em nada. Gosto de mexer com ele, gosto de ver ele atrapalhado quando apareço de surpresa, gosto de ver ele tímido com aquele sorrisinho de canto, mas não vai passar disso . Ele é todo seu, faça bom proveito.
— Eu não quero, já tenho o meu cacheadinho, beija bem pra caralho.
— Êta porra, a mulher tá gamada!
— Ai amiga, me chama mais vezes, quero ficar com ele de novo.
- Ok, mas não aqui, vou ver se o tal studio sai, daí a gente marca lá. Aqui é a empresa de Ana, não gosto de rolo aqui dentro.
— Ai Ysa, desculpa, é que rolou!
— Ok, tranquilo, nem você sabia que ia rolar, mas agora que já rolou não pega bem aqui, sabe? Não quero que os funcionários achem que tem os mesmos direitos.
— Você tá certa. Me fala mais do Markus, você não chegou nem perto dele?
— Não.
— Mas ele né filho de Ana?
— É Sim, mas ele não mora com ela. Ele viaja muito fazendo apresentações por aí. Quando fui morar com Ana, ele quase não ia lá , e quando vai lá eu nunca estou.
— Você vai continuar aqui na empresa da Ana?
— Só as terças feiras. Depois que Ana alugar o studio não venho mais aqui, porque meu tempo vai ficar comprometido, vou me dedicar à banda, e ela também não precisa mais de mim aqui. Agora Ana acertou a mão, contratou novos profissionais, a empresa tá indo bem.
— Ah, então agora você vai ter mais contato com o moreninho, hein?
— Ai Anitta, não zoa, esquece isso, foi só uns olhares de longe, paquera de criança e nada demais, eu não quero me envolver com ninguém agora.
— Olha, já vou indo, me manda a gravação quando tiver pronta.
— Ok.
— Tchau, Beijos.
— Beijos.
— Ysa, vem aqui, tava louca esperando o intervalo pra conversarmos.
— Oi.
— Onde você tava?
— Tava com a professora no café, por que?
— Huuummmm...
— Vocês duas são maldosas. Vocês sabem que somos amigas, né?
— Sei, Ysa. Tá rolando um climão da porra, olha o jeito que ela te olha, você não percebe? Não é possível!
— Coisa da cabeça de vocês.
— Sei...
— Ysa, os ensaios já começaram?
— Ainda não. Já falei que quando começar aviso a vocês.
— Que demora, tô louca pra inaugurar estes ensaios.
— Eu também.
— Meninas, se acalmem, estamos planejando tudo!
— Ysa, tenho show no Rio amanhã à noite, você quer ir? Fica comigo no camarim.
— Desculpa, Anitta, não dá, tenho que acompanhar Ana, tem show dela em São Paulo.
— Você também acompanha ela nos shows?
— Sim, na maioria deles.
— Preciso de uma assistente dessa, bicho. Ana tem sorte de ter você.
— Que isso, eu que tenho sorte de ter ela.
— Ela te paga bem, amiga?
— Que pergunta, Anitta, claro que Ana deve pagar ela bem. Olha o tesouro que ela tem nas mãos!
— Paga sim, Anitta, me paga por todas as funções que exerço.
— E quantas funções você exerce?
— Várias. Não gosto de me exibir, apesar de falarem que sou exibida mas são
mais funções do que vocês imaginam. Eu recebo o salário de 11 pessoas, fora os bônus e remunerações que não são poucas.
— Ysa, você já tá rica!
— Eu me acho muito rica, sim.
— E o que você faz com tanto dinheiro?
— Ah, cuido de mim, sou um pouquinho consumista também. Mas na verdade nem tenho como gastar tanto dinheiro.
— Da pra gente que a gente sabe gastar rapidinho.
— Não sou Madre Teresa, mas na verdade tenho um projeto grande com esse dinheiro que pretendo colocar em prática assim que tiver oportunidade. Deixa só eu aliviar as coisas no trabalho.
— Que projeto, conta aí!
— Quero criar uma ONG e ajudar crianças.
— Ajudar como?
— Na educação, Nayara. Creio que o melhor presente que podemos dar a alguém é tempo e conhecimento. Eu sou formada em magistério e na época que eu lecionava, eu adorava . Na verdade, amo crianças, elas são nosso futuro. Quero ter participação na formação de cidadãos conscientes. Gostaria de ter tido tanta coisa que não tive quando era criança... Tive estudo, mas não tive muitos amigos. Não pude brincar na rua, não tive uma infância adequada e é isso que quero proporcionar a crianças de baixa renda. Tenho um projeto também para ajudar famílias, pois eu creio que só educação na escola não basta, é preciso pais conscientes pra criar filhos conscientes. A estrutura de uma família é tudo.
— Verdade, Ysa, amei saber mais de você. Cada dia que passa me surpreendo com o que você fala. Se quiser ajuda conta comigo nesse projeto aí.
— Ah, vou precisar de muita ajuda, Anitta.
— Eu também ajudo, Ysa.
— Perfeito. Assim que der vamos sentar e organizar isso. Ana também vai ajudar.
— Sim. Acho que vai ser um projeto e tanto.
— A aula vai começar, vamos!
Estava na sala quando Ana pediu pra me chamar. Ela estava no studio com os meninos. Peguei a agenda, desci as escadas e parei na metade delas. O meu coração nunca esteve tão acelerado, a minha respiração tinha saído do curso normal e isso só acontecia quando eu escutava ele tocar. O moreninho estava dedilhando, era ele no violão, eu não tinha dívidas. Ele não é o carinha da percussão? Por que ele tem que fazer isso comigo?
“Aii garoto, você tenta mesmo estragar minha vida! Como consegue me tocar dessa forma mesmo longe de mim? Porque só você faz isso?”
Um dos meninos vinha subindo, era o Mateus, passou por mim e disse:
— Oi.
— Oi.
— Só vou pegar un café, já to descendo pra reunião.
— Ok
Desci, e quando ia abrir a porta, ele abriu. Respirei fundo e agradeci.
— Oii, eu so ia pegar água, você quer?
Eu sorri e disse:
— Se não for icômodo pode trazer um copo pra mim.
Ele saiu, o perfume dele pairou por um momento e me arrastou ao passado. Era era engraçado, mas ele me fazia pensar no Mark. O cheiro dele era parecido, não sei, pode ser que ele esteja usado um perfume ou o desodorante igual, vai saber.
— Oi Ysa, estávamos falando de você e o Markus não parava de olhar pra porta, tá acontecendo algo que eu precise saber ?
Vinicius me olhou e sorriu.
— Não que eu sabia, por que? Você ta sabendo de algo q eu não sei?
— Você vai me responder com a mesma pergunta?
Peu sorriu de canto, pelo cenário todos ali sabiam exatamente o que tava acontecendo e com certeza Markus andava falando de mim! Eu sentei e disse:
— Por que você não pergunta ao seu filho, Ana Carolina? Acho que ele é bem mais direto que eu e não vai te responder com outra pergunta, mas eu sei que você não quer saber a resposta porque você bem que uma raposa não é uma aprendiz, mas só pra você ficar tranquila eu sou a aprendiz da raposa e não pretendo ter minha reputação arruinada por um filhote de dragão.
— Espera, Markus é o filhote de dragão na história?
— Quem mais seria? Ana Carolina, me respeita, sou mais velha que ele, você ja me viu paquerar garotos? Pedofilia é crime, sabia?
— Kkkkkk - Vinicius riu alto – Ahh, desculpa, não foi disso que tava rindo, não, é de outra coisa.
Pedro estava limpando os instrumentos e deixou o microfone cair.
— Nossa Pedro, estava ligado?
— Desculpe, Ana, me distraí.
— Agora tô com esse zumbido no ouvido.
— Prende a respiração e faz pressão pro ar sair pelo ouvido que passa, é como no avião.
— Menina, como você sabe de tanta coisa? Né que passou!
— Eu sou aprendiz de uma raposa, aprendo rápido.
— Por que desde ontem você tá me chamando de raposa?
— Porque você se parece com uma.
— Essa foi boa. Ysa, vamos começar, os dois estão demorando voltar, não posso perder o horário.
— Ok.
— Pedro e Vinicius, passa a agenda pra eles caso não voltem a tempo.
— Passo sim Ana, pode deixar.
— Ysa, por favor, pode começar.
Levantei em direção ao painel e comecei a reunião.
— Vocês têm dois dias de folga, 16,17 e depois disso tem Maceió e Porto Belo pra cumprir a agenda. Tá bem louca, então tentei encaixar os mais próximos primeiro, assim não precisam esperar e perder tempo.
— Mas Ysa, a gente não liga de perder tempo, esse hotel é maravilhoso.
— É, eu sei, sinto muito meninos, mas vocês não estão indo pelo hotel, e sim pelo trabalho. O hotel é só consequência, mas não se preocupem que pensando nisso coloquei o show do dia 20 em conexãoo com o do dia 22, assim vocês ganham um dia inteiro no hotel mais lindo do Rio de Janeiro, espero que usem bem esse dia .
— Obrigado Ysa, você é demais.
— Ana, nunca mude essa assistente.
— A outra fazia a gente voltar no mesmo dia.
— Nem tínhamos tempo de descansar um pouco
— Era só o que me faltava. Vocês precisam ensaiar, quero que estejam prontos para viagens internacionais.
— Você jura que leva a gente?
— Depende de muita coisa ainda, principalmente do comprometimento e dedicação de vocês, a minha equipe internacional é a melhor do Brasil, não posso subistitui-lá sem ver do que são capazes. Ysa me falou que vocês tem talento nato e eu tô apostando alto em vocês.
Markus e Mateus entraram.
— Desculpem a demora, encontramos Carlos Maia e ele nos convidou pra tocar semana que vem, daí precisávamos ver a agenda pra ve se rola.
— Ok Mateus, senta aí, ja começamos. Pedro e Vinicius passa pra vocês depois.
Markus se aproximou e me entregou o copo de água. O copo vibrou. Eu olhei, as moléculas de água estavam em movimento, isso era algo signicativo? Por que eu perceberia algo tão imperceptível, eu estava sensível a que?
Eram respostas que eu não tinha no momento.
— Aqui.
— Obrigado Markus, pela gentileza.
— Imagina.
Ele sentou, e Ana me deu uma olhada fuminate.
Olhei pra ela e ri de canto.
Markus tava me fitando, e por algum motivo ele não tirava os olhos dos meus sapatos. Será que meu salto chamou a atenção dele ou seria a cor? Hum, ai moreno, não instiga minha curiosidade que dá Match. Claro que eu não ia deixar ele perceber que a atração era mútua.
“Senhor, afasta de mim esse cálice, tenho uma reputação a zelar, ele é tão novinho, olha essa carinha de bebê, o que eu vi nesse moleque? Santo pai, perdi o juízo?”
Ana ainda estava falando, mas é claro que eu conseguia prestar atenção, fazer anotações e ao mesmo tempo flertar com ele.
“Ei, calma, não é nada de tão iconveniente assim, é so uma troca de olhares. Claro que eu não vou dar mole pro garoto, Ana me mataria e não posso usa-lo só porque estou com saudade do meu passado. Há quanto tempo eu não … ah, deixa pra lá, olha só em que você me faz pensar, moreno! Que olhar enigmático, profundo, e ao mesmo tempo desatento, é uma pema que eu também sei jogar esse jogo, não vou negar que é excitante imaginar que se eu soltar o freio a casa cai, mas infelizmente não posso ser imprudente com meu futuro brilhante, eu não sei o que você tem de tão especial, mas tá aí, não é qualquer um que consegue prender minha atenção, você me faz de refém e eu adoro essa prisão voluntária, quando me olha assim eu literalmente sinto minha alma sair do corpo, ele gela, depois aquece e sozinha incendeia e, com certeza você é de fogo porque tudo o que você toca queima, brilha e arde dentro de mim, como seu dedilhado no violão, algo acende aquece e, deixa pra lá… que viagem! Tô em delírio!
— Ysa,
— Oi, Ana.
— Você ta ouvindo? Anotou as datas?
— Sim Ana, ouvi, entendi e anotei, e só pra você saber o hotel ta reservado há 8 dias e reforcei a segurança, não há com o que se preocupar.
— Isso que é eficiência, gosto assim!
— É, você tem bom gosto minha querida nisso somos bem parecidas. Se não vai precisar mais de mim vou pra minha sala, tenho um relatório pra enviar à equipe de marketing.
— Pode ir, Flor, eu também ja vou tenho outra reunião, até mais tarde!
— Até, boa reunião e, tchau meninos, foi um prazer rever-los.
— Tchau, responderam em côro.
Eu saí, mas não antes de olhar pra eles ensaiando.
“Nossa, que fofos! Os músicos favoritos da Ana por algum motivo se tornaram os meus também. Ouvir eles tocando juntos era de arrepiar, mas o dedilhado do moreninho, alem de arrepiar me arrebatava pra outra dimensão. De quem eu sinto saudade quando ouço ele tocar? Não sei explicar, só sei que é um misto de emoções, ao mesmo tempo que lembro da voz sussurrando de um, lembro da presença do outro e esse perfume familiar que exala dele mexe com minha memória olfativa, por que será? Talento não falta nele, esse menino vai ser um sucesso! disso não tenho dúvidas. Ah, menino, eu nem sei porque essa afinidade toda por você, mas já tô na torcida que seu caminho seja luz e seu futuro explêndido. Na verdade, eu vejo um grande potencial em ascensão! Boa sorte, Markus!
Estava cruzando a porta de saída quando Ana me alcançou, me barrando com o braço.
— Que é isso, mulher?
— Eu que pergunto, vocês vcs dois estão doidos? O que foi aquilo?
— Aquilo o quê?
—Você e o Markus só faltaram se engolir bem debaixo do meu nariz.
— Ahhh Aninha, se você soubesse como eu quero engolir ele não me fazia pensar besteira em horário comercial.
Passei por baixo do braço dela, e ela veio bravejando.
— Sua pervertida, volte aqui, o que você disse sobre meu bebê?
— Bebê que faz outro bebê, imagina você avó de um moreninho lindo com a carinha dele, ai que troço, assim eu derreto!
— Eu, avó? Você tá fica do louca?
— Louca pra jogar ele em minha cama e engolir daquele jeito …
— Rapaz, você nao tem vergonha de falar do meu filho assim não? Ysa, meu filho é tudo que tenho.
— Olha, falou a mãe e não a artista Ana Carolina. Aquela do palco que comeu a Madona e pediu pra chupar algo pro Brasil inteiro ouvir não tem moral pra duvidar da minha santidade.
— Kkkkk, era so ó que me faltava. Santa? Onde tá a santa?
— Aqui, bem em sua frente. Ana Carolina, avise a seu filho pra parar de me olhar da cabeça aos pés daquele jeito porque qualquer hora o único violão que ele vai tocar é meu corpo e a única nota que ele vai ouvir é meu gemido no ouvido .
— Chega Ysa Flor, misericórdia, o que aconteceu com minha assistente clássica?
— Beethoven comeu!
— Credo, você tem a lingua afiada mesmo, né?
— Sabe onde quero afia-lá ?
— Ysa Flor, chega! Você me deixa apavorada, acho que envelheci 10 anos com o que me fez imaginar.
— Eiita, Ana Carolina, você imaginou o que você quis porque sua mente é poluída. Você tá precisando rezar mais e se meter menos na vida do seu filho, você não acha que ele ja é bem grandinho pra se defender, não?
— Uma predadora dessa ele nem tem nem chance de se defender.
— Ainda bem que você sabe, então avisa que ele corre perigo se ultrapassar e invadir minha linha de base outra vez. Eu nunca deixei ninguém olhar em meu olho desse jeito, como ele ousa? Nem meus ex tiveram esse privilégio, Ana Carolina, só me viram no escuro, isso é invasão de privacidade, sabia?
— Kkkkkk Ysa, eu to rindo, mas é de nervoso, só você consegue me deixar de ponta cabeça em pé.
— Kkkkk. Ai Ana Carolina, você me leva muito a serio, sabia?
— Eu não quero seu filho, era só um experimento inocente.
— Sei… eu vi a inocência no olhar de vocês dois, acho que não vou dormir essa noite. Ainda bem que ele vai viajar e passar um tempo fora.
— Ai, Ana, como você consegue passar de um estado pra outro tão rápido e ser tão dramática? Ta acompanhando a novela errada? Eu hein, desde quando gosto de criança? Só você mesmo!
— Ysa Flor, a gente ainda vai conversar sobre isso.
— Tchau, Aninha, até mais tarde.
— Até, sua louca!
“Aiaii, só Ana pra me fazer rir. Podia ser uma comédia romântica, mas o drama da Ana estraga tudo! Ai moreninho, bora trabalhar! Fique perto dos meus olhos, mas longe do meu coração.”
— Ana, você fez brigadeiro?
— Fiz.
— Você usou seu chocolate 100%?
— Usei 80%.”
— Ana, você tá desobedecendo as ordens médicas?
— Você quis dizer as suas, né? Porque meu médico liberou 80%.
— Ai Ana, a última consulta você reclamou igual uma caipora. Você sabe que eu libero 1 vez na semana. Você sabia que eu já ia chegar, por que não me esperou pra fazer pra você?
— Eu tava com muita vontade, não dava pra esperar.
— Prestou pelo menos?
— Não, eu queimei.
— Mentira, Ana, nem um brigadeiro você acerta fazer? Bixooo. Eu ainda não acredito que você queimou.
— Olha aí a panela na pia.
— Meu deus, Ana. você quase toca fogo na casa! Pelo visto você deixou a panela no fogo e foi fazer outra coisa.
— Não, né, juro que tava mexendo, e de repente ficou tudo preto.
— Meu deus, Ana! Kkkk.
— Não deu não, fiquei na vontade.
— Calma, Aninha, depois do banho faço pra você.
...
— Ô, Ana, de quem é esse roupão verde aqui?
— É do meu filho!
— Ai, delicia, é do moreninho...
— Dele mesmo.
— Será que ele se importa se eu usar?
— Ysa, tenho roupão limpo na gaveta.
— Não quero. Eu quero esse aí, meu deus, tá com perfume dele! Ana, vou demorar no banho, não interrompa. Vou até levar o celular porque esse banho com a voz dele vai ser inesquecível.
— Rapaz, respeite meu filho.
— Se ele me conhecesse, uma coisa que ele não ia pedir era respeito.
— Sua tarada, eu não acredito no que acabei de ouvir. Você tá brincando, né Ysa?
— Claro, Ana.
— E por que pegou o celular?
— Ahhh, Ana, não faz pergunta difícil.
— Ysaaaaa! Rapaz, eu juro que vou te fazer passar vergonha na frente dele.
— Uiii, adoro passar esse tipo de vergonha, conta mesmo, Ana, que da próxima vez, em vez do celular eu levo ele pro banho.
— Ysa!!!
— Ai, Ana se ele tivesse aqui agora... Quando eu vou ver o moreninho de novo? Saudade dos presentinhos dele.
— Deixe meu filho fora disso.
— Tchau, boba, agora eu vou.
— Ei, deixe Marquinhos aqui.
— Ta louca! Tô levando o celular, e não tenho culpa se ele é uma delicinha.
— Sua tarada!
— Ysa, vou precisar que você chegue mais cedo na empresa amanhã.
— Ok, Ana.
— Não vai me perguntar por que?
— Eu não, se você tá mandando você deve ter um motivo maior. Quem sou eu pra te questionar?
— Você só me surpreende, Ysa flor.
— Quando seu filho volta de viagem?
— Ahhh, lá vem.
— Ele ligou Ana? Ele tá bem?
— Ele ligou ontem de madrugada. E pelo jeito ele vai ficar la mais que 6 meses.
— Que maravilha! Fico feliz em saber que o moreninho tá bem.
— E tá ótimo, Ysa flor, por que tá perguntando do meu bb tão cedo?
— Porque sonhei com ele, Ana, pela primeira vez.
— Como foi o sonho?
— Na verdade sonhei com ele cantando um rap. Ele tava no palco do Rock in Rio. Ana, ele era bem famoso, tinha milhares de fãs, você sabe o que é isso, Ana? Rock in Rio, plateia grande. Ele tava cantando com aquele cabeludinho da banda. Depois, do nada, ele olhava pra mim na plateia e falava “ sobe aqui, Ysa Flor, quero saber “O que Passa” . Daí ele me desafiou a subir ali. Ana eu suava de nervoso, te juro ...
— Você nervosa? Eu nunca vi.
— Nem eu, Ana, mas seu filho fez isso comigo em sonho, imagina o que ele não faz na realidade...
— Acorda, Ysa, eu hein, nem de longe você deixa o meu bb em paz.
— Ai, Ana, algo me diz que seu bb vai voltar morrendo de saudade de mim.
— Ysa ele nem sabe teu nome, se me perguntar não vou falar.
— Que maldade, Ana, o que você tem contra nossa relação?
— Eu não quero que meu filho sofra, Ysa Flor. Você é uma devastadora de corações, eu vi o arrastão que você fez na cidade e os corações que você coleciona com orgulho. Você tá fora de si, não meta meu bb no meio disso.
— Ah Ana se você soubesse que ele já tá envolvidão faz tempo. Aquele olhar de canto dele não me engana.
— Ysa deu! você já conseguiu desequilibrar todos os meus chakras.
— Oxe, Aninha, tava só brincando, você sabe que não tenho pretensão nenhuma em pegar teu filho, só faço pra te zuar e você ainda cai, sua Boba. Daqui a 1 hora chego na empresa .
— Beijo.
Serendipity 11:11
O Portal do Amor
Ysa Flor
____________
Por que será que a Ysa não permite que o seu nome seja revelado na composição das músicas?
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