LIBERTAS ao Rei.
- © by ysaflor
- 28 de jun. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 18 de jul. de 2022

A história da mãe de Markus se repete quando ela precisa partir em outra missão e deixar o filho em seu reinado com apenas 09 anos . O abandono que imaginamos nem sempre está ligado ao ato de abandonar ou desamor. Aqui somos escolhidos para missões maiores que nós porque nascemos com um propósito maior de ajudar, de conduzir, de acolher … Nem sempre os valores que deixamos são aceitos e nem o que fazemos pode ser interpretado em uma mesma época porque foge de valores sociais para um propósito maior.
O que seria pior quando se envolve uma criança que não vai entender tal partida quando quem fica não tem conhecimento nem expansão necessária para orientar essa criança?
Seria melhor deixar a memória da mãe perfeita e a lembrança acolhedora que o faria sofrer ainda mais ou se culpar ainda mais? Ou simplesmente partir sem despedida e deixar vago o espaço que deixará impresso nessa criança aquilo que a capacitará para se desenvolver e lutar pelo justo, pelo correto e aceitar que nem sempre a total verdade é a que nos fizeram acreditar? Se um rei precisa ser testado e aprovado, quanto mais cedo ele começar mais cedo ele estará pronto para a missão. Mães de filhos espartanos precisam garantir a força do guerreiro que trouxeram ao mundo. As experiências nem sempre serão tão maleáveis como nosso coração gostaria, as vezes a missão exige que ela seja mal interpretada e injusta para causar menos sofrimento, menos danos psicológicos, e como seria uma mãe capaz de quebrar o coração do seu filho lhe tirando o incentivo de continuar e perpetuar uma geração?
A mãe de um guerreiro prepara o filho para ser pai de um príncipe que sucederá um reinado de paz e reinará a partir da herança deixada . Mas antes de haver um príncipe é necessário que haja um rei disposto a construir esse império para seu filho administrar com sabedoria. Uma mãe não pode ter orgulho maior de um filho que faz jus a sua história. E foi isso que aconteceu com o Markus. O passado não contado foi revelado e gerou a força do guerreiro. Ele transformou tudo o que tocou porque dentro dele havia vazios demais ,espaços demais e inquietação suficiente para não se acomodar no já feito. Um guerreiro precisa abrir caminhos, ir além e construir para ressignificar seu passado e deixar a herança alicerçada para o pequeno príncipe que já está no futuro, e já é tão amado ,tão sonhado e vem sendo preparado como herdeiro do grande rei. A construção da história não pode ter linhas tortas ou paredes rachadas , o castelo precisa ter base, raizes e ser solidificado além da matéria pois o que fica na matéria morre nela, mas o que sai dela para além dela torna-se eterno e constrói história de novas gerações. Por isso um rei não nasce rei, assim como um mestre não nasce mestre apesar de já ser, ele precisa saber quem é e valorizar o que precisou ser para se tornar quem é. Todo homem grande precisa provar o que significa ser pequeno para agir sempre com justiça e jamais fazer ao outros o que ele sentiu na pele como é, por isso rei é quem liberta e não quem escraviza . Tudo o que escraviza um rei torna-se indigno dele e perderá a atenção dele porque sua essência é livre e luta por justiça, paz e liberdade. LIBERTAS ao rei, e vida longa a sua geração.
Ysa Flor
28/06/2021
5:30 a.m
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